Por Vincent Jacquier, especialista na categoria Polifenóis

Pesquisas demonstraram que apenas uma pequena fração da vitamina E suplementada é absorvida e utilizada pelo organismo. Em suínos, a biodisponibilidade da vitamina E foi estimada em até 5%. A vitamina E também tem um escopo antioxidante limitado. Ela não oferece proteção contra danos oxidativos às proteínas e suas consequências. Além disso, altas doses de vitamina E têm um impacto inconsistente no desempenho animal. Devido a esses desafios, há uma necessidade crescente de antioxidantes alternativos que possam oferecer uma proteção semelhante, ou até melhor, contra o estresse oxidativo.

A vitamina E tem sido amplamente reconhecida como um antioxidante essencial na nutrição animal. Sua principal função é proteger os ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs) dentro das membranas celulares contra a oxidação, evitando a formação de peróxidos lipídicos que podem danificar as células e os tecidos. Essa capacidade de estabilizar os lipídios fez com que a vitamina E se tornasse um componente básico nas dietas dos animais de produção, principalmente em suínos e aves, onde a qualidade da carne é de grande importância econômica. Entretanto, apesar de seu uso generalizado, há uma preocupação crescente com relação à eficácia real da vitamina E, principalmente quando suplementada em níveis elevados.

Uma das principais limitações da vitamina E é sua baixa biodisponibilidade. A forma mais comumente usada na nutrição animal é o acetato de tocoferil, que deve ser hidrolisado no intestino antes de se tornar biologicamente ativo. Pesquisas demonstraram que apenas uma pequena fração da vitamina E suplementada é absorvida e utilizada pelo organismo. Em suínos, a biodisponibilidade da vitamina E foi estimada em até 5%, o que significa que a maior parte do que é fornecido na dieta não é efetivamente utilizada. Essa baixa taxa de absorção é ainda mais complicada por sua meia-vida plasmática curta – estudos indicam que a vitamina E tem uma meia-vida de aproximadamente 2,5 horas em suínos, o que é significativamente mais curto do que as 24 a 72 horas supostas anteriormente. Isso sugere que os níveis de vitamina E na corrente sanguínea flutuam rapidamente, exigindo suplementação frequente para manter a proteção adequada contra o estresse oxidativo.

Outra limitação da vitamina E é seu escopo antioxidante restrito. Como a vitamina E é um composto solúvel em gordura, ela atua principalmente nas membranas lipídicas. Embora isso seja benéfico para proteger os PUFAs da oxidação, ela faz pouco para evitar danos oxidativos às proteínas ou ao DNA, que também são altamente suscetíveis a ataques de radicais livres. O dano oxidativo às proteínas pode prejudicar o metabolismo celular, reduzir a função enzimática e comprometer as respostas imunológicas, mas a vitamina E oferece pouca proteção nessas áreas. Por outro lado, os antioxidantes alternativos, como os polifenóis, oferecem uma proteção mais ampla por funcionarem em ambientes lipídicos e aquosos.

Outra preocupação é o impacto inconsistente de altas doses de vitamina E no desempenho animal. Embora a vitamina E seja recomendada com frequência para melhorar o crescimento, a função imunológica e a qualidade da carne, as metanálises de estudos de dose-resposta em várias espécies não conseguiram mostrar uma correlação clara entre níveis mais altos de vitamina E e a melhoria de desempenho. Em algumas regiões, doses extremamente altas de vitamina E são usadas rotineiramente, mas a justificativa científica para essa prática ainda não está clara. A variação nas recomendações de vitamina E em diferentes países destaca ainda mais a incerteza em relação à dosagem ideal. Nos países latinos, os níveis recomendados tendem a se aproximar das diretrizes do NRC, enquanto em regiões como Bélgica, Itália e Rússia, níveis significativamente mais altos são comuns. Em outros países, como os Estados Unidos, são usados níveis intermediários. Essa falta de consistência levanta questões importantes sobre se a suplementação com altas doses de vitamina E é realmente necessária ou se estratégias alternativas poderiam proporcionar uma proteção antioxidante mais eficaz.

Produtos à base de polifenóis como antioxidantes alternativos: percepções do Vitanox em suínos

Devido a esses desafios, há um interesse crescente em identificar antioxidantes alternativos que possam oferecer uma proteção semelhante, ou até melhor, contra o estresse oxidativo. Uma das alternativas mais promissoras são os polifenóis, um grupo diversificado de compostos derivados de plantas que demonstraram um forte potencial antioxidante. Ao contrário da vitamina E, os polifenóis podem atuar em vários compartimentos celulares, oferecendo proteção a lipídios, proteínas e DNA. Além disso, foi demonstrado que alguns polifenóis exercem efeitos anti-inflamatórios e de promoção da saúde intestinal, o que os torna ferramentas valiosas para melhorar a resistência geral dos animais. Por exemplo, o produto Vitanox, à base de polifenóis, demonstrou sinergia com a vitamina E, levando à melhora da saúde e da conversão alimentar (Tabela 1). A substituição parcial também mantém um status antioxidante equivalente no sangue (Tabela 2).

Informações adicionais sobre o desenvolvimento e o modo de ação do Vitanox podem ser encontradas em nosso White Paper sobre o Vitanox, que está disponível mediante solicitação pelo site marcom.emea@agrifirm.com.

Dieta A
Castrados + Fêmeas
Dieta B
Castrados + Fêmeas
80 ppm Vit E40 ppm Vit E
40 ppm Vitanox
Peso inicial (kg)20.1 ± 2.720.1 ± 2.5
Peso final (kg)115.2 ± 5.3115.4 ± 5.5
Crescimento diário (g/dia)826.3 ± 30.4828.7 ± 37.8
FCR2.572.53
Mortalidade (%)3.131.17
Tabela 1: Resultados de desempenho dos suínos em todo o período de engorda (0-115 dias). Tabela 2: Status oxidativo no sangue de suínos de engorda (7 dias antes do abate)
O Vitanox foi usado em substituição de 50% do nível total de vitamina E na ração
Dieta A
Castrados + Fêmeas
Dieta B
Castrados + Fêmeas
80 ppm Vit E40 ppm Vit E
40 ppm Vitanox
# animal1010
Vit E (μg/ml)3.02 (100)2.83 (94)
Atividade de GPx (μmol/
min.ml de plasma)
0.579 (100)0.583 (101)
ORAC (μmol TE/g)37.90 (100)37.41 (99)
Tabela 2: Estado oxidativo no sangue de suínos de engorda (7 dias antes do abate)

Especialista Agrimprove

Marc Intven
Sales Manager