Há décadas que nutricionistas do mundo todo estão usando fibras na nutrição animal. Essas fibras dietéticas podem aumentar o tempo de passagem no estômago, aumentando ou diminuindo a sensação de saciedade dos animais, alterando a viscosidade dos alimentos, além de outras aplicações. Nos anos iniciais do século 21, a indústria começou a se concentrar mais nos aspectos probióticos de certas combinações de fibras e açúcares. Produtos beta-glucanos, MOS, FOS, XOS e, mais recentemente, GOS podem apresentar bons efeitos de modular a microbiota através do estímulo positivo do crescimento de alguns grupos bacterianos favoráveis que aumentam a saúde intestinal e, dessa forma, aumentam a saúde animal de forma indireta.

A Agrifirm deu um passo além e desenvolveu a terceira geração de frações de fibras funcionais (Vitafibra), que afetam bactérias patogênicas (aglutinação) e toxinas (bloqueadores de receptores) de modo direto.

As moléculas de fibra são extraídas de fontes naturais e selecionadas com base nas suas habilidades específicas de aglutinar patógenos. A fibra funcional, que é comercializada sob o conceito Alvo Zero de desmame (www.aim-4-zero.com), é uma fibra inerte, mas altamente solúvel.

Pela aglutinação dos patógenos (como a E. Coli), é possível lavá-los do intestino, evitando que os animais tenham infeccções. Essa aglutinação foi claramente demonstrada em um modelo in vitro. Por filtrar uma mistura de E.coli e Vitafibra usando um filtro com poros de tamanho suficiente para deixar uma única bactéria de E. Coli passar, vimos uma diminuição de unidades 2 LOG de E.Coli na filtragem (Figura 1). Isso indica que a maior parte da E.Coli não passou pelo filtro porque foi aglutinada pelo Vitafibra.

Além de aglutinar patógenos, o Vitafibra consegue bloquear endotoxinas, por exemplo. As endotoxinas, como parte da membrana celular bacteriana da E. Coli, resultam em inflamação mesmo depois da destruição da bactéria. Elas se ligam a receptores celulares TLR e ativam uma sequência de mecanismos que resultam na produção de citocinas (IL-1, IL-6, TNF). Essas citocinas causam a inflamação local do intestino, o que resulta na diarreia pós-desmame. As frações de fibra específicas do Vitafibra protegem os receptores TLR, bloqueando essa sequência intracelular. Isso foi demonstrado na universidade de Groningen com a linha celular geneticamente modificada HEK-BlueTM-4, que consegue trocar a cor do meio quando os receptores e a sequência são ativados. Tratar as células com endotoxinas resultou em um aumento de 14 vezes da intensidade da cor em comparação com o controle negativo (Figura 2). Na presença do Vitafibra, porém, a intensidade da cor se manteve nos níveis normais, indicando que o mecanismo de sequência intracelular não foi ativado.

Trazendo isso para uma situação in vivo, isso significa que os leitões pós-desmame, sempre sob uma alta pressão de endotoxinas, estarão menos expostos a inflamação local e serão menos suscetíveis a diarreia.

Conclusão

Junto com as fibras dietéticas e probióticas, agora também é possível usar frações de fibras funcionais, as quais exercem um impacto direto sobre patógenos como a E. Coli. O Vitazero e a Vitafibra disponibilizam essa nova geração de fibras à indústria e já estão se mostrando eficazes com alimentações livre de zinco em diferentes países da Europa.

Especialista Agrimprove

Kobe Lannoo
Global Lead Category Management